Um número irracional bem conhecido por suas inúmeras aplicações e
curiosidades é o número de ouro, frequentemente representado pela letra
grega F ( lê-se: fi ) , cujo valor é 1,61803... .
Na escola pitágorica grega ( século V a.C. ), era bastante
difundida a ideia de dividir um segmento em média e extrema
razão. Basicamente, era preciso dividir um segmento em duas
partes, tais que a razão entre as medidas da parte menor e da maior fosse igual
à razão entre as medidas da parte menor e da parte maior fosse igual à razão
entre as medidas da maior parte e o segmento total. Assim, para dividir um
segmento MN de medida Z conhecida nessa razão, é preciso
determinas o ponto P tal que:
Pitágoras (570 a.C. 497 a.C.)foi um filósafo e
matemático grego, fundador da chamada escola
pitagórica de pensamento.
(Museu Capitolino, Roma).
Provavelmente
os pitagóricos usavam um método geométrico para fazer tal divisão, uma vez que
não reconheciam os números irracionais, pois acreditavam que a razão entre as
medidas de dois segmentos quaisquer poderia expressar como quociente de dois números
naturais.
Um Retângulo áureo é aquele em que a razão entre as medidas de
suas dimensões é F = 1,618... . Os
gregos usavam essa razão como critério estético. Até hoje acredita-se ser essa
a razão mais harmoniosa entre as medidas de comprimento e da largura de um
retângulo. Os cartões bancários atuais, por exemplo, são confeccionados de modo
que a razão entre suas medidas seja, aproximadamente, igual a 1,6. O Partenon,
em Athenas, construído no século V a.C., tem o contorno imaginário de um
retângulo áureo. O símbolo F é a inicial de Fídias, escultor encarregado da construção do Partenon.
O Partenon, um dos monumentos mais famosos
do mundo, foi construído no século V a.C. em
homenagem á deusa Atena.
Na
Idade Média, a razão áurea aparece na obra Liber
Abaci (1202), de Fibonacci. Já na Renascença italiana, a obra De divina proportione, de Luca Pacioli
(1509), diz respeito a essa razão. Nasartes, a famosa mona lisa ( ou La Gioconda
), de Leonardo da Vinci (1452 – 1519), utiliza o número F nas relações entre seu tronco e cabeça
e também entre os elementos do rosto. Se construirmos um retângulo em torno de
seu rosto, veremos que se trata de um retângulo áureo. Não menos famosa a obra
O homem vitruviano, do mesmo autor, traz as anatômicas de simetria e beleza do
corpo humano. ( Por exemplo, a razão entre a medida da altura do corpo e a
medida do umbigo até o chão é, aproximadamente, igual a F
).